segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Uma Universidade com Futuro com os protagonistas do seu passado

Esta campanha apresenta-nos um programa para Uma Universidade com Futuro, como se a UM não tivesse passado, como se a UM não tivesse presente. Mais ainda, parece que os proponentes desta Universidade com Futuro não viveram aqui nos últimos anos nem tiveram quaisquer responsabilidades na actual situação. Como se com eles, um novo início virginal tivesse lugar. Parece mesmo que a actual vivência da UM lhes é totalmente estranha.
E no entanto:
  • Onde estavam durante estes anos?
  • Quem foram os subscritores e apoiantes da actual Reitoria?
  • Que críticas se ouviram dos protagonistas da Lista C ao actual rumo da UM?
  • Que críticas fizeram ouvir no Senado ao funcionamento do órgão e à governação da UM?
  • Onde estavam as suas vozes aquando da discussão do regulamento eleitoral iníquo para a Assembleia Estatutária?
  • Será que se pronunciaram sobre a criação de um Conselho Estratégico à margem dos estatutos da UM?
  • Que posições tomaram sobre o processo eleitoral para o Senado e sobre a exclusão posterior dos funcionários?
  • Que conceito de participação defenderam ao limitarem a presença de eleitos no Senado?
  • Quantas vezes reclamaram a transparência dos actos de gestão e a prestação pública de contas?
Nada, um ruidoso silêncio, feito de compromissos, que agora se pretende assumir como futuro, quando afinal são mais bem responsáveis pelo passado da UM. (Quantos não incluíram a lista de subscritores ou apoiantes da actual Reitoria? Quantos não exercem cargos de responsabilidade na gestão de topo da UM?).

O que está em jogo nestas eleições não é um programa de governo da Universidade. Apesar do Conselho Geral não ser um órgão de gestão, terá um papel fundamental na vida da Universidade. Em primeiro lugar porque selecciona o seu gestor de topo, o Reitor, e, em segundo lugar, porque tem por missão fiscalizar os actos de gestão do Reitor que elege.

Por isso, apesar de não ter poder executivo, o CG tem um enorme poder de influência, porque no limite, tem o poder de demitir o Reitor. Por estas razões, nestas eleições não estão em discussão programas de governo para a Universidade como parece emergir dos textos da Lista C, por muitas aspirações que esta Lista tenha em determinar a escolha do próximo Reitor.

O próximo Reitor, ou melhor, o programa do próximo Reitor poderá responder a muitas das questões que afectam a nossa vivência académica e, será, certamente, escolhido na medida em que proponha uma visão outra que responda aos anseios de afirmação e de excelência da UM. Certamente aparecerão várias visões do nosso futuro comum e a grande responsabilidade do Conselho Geral será justamente escolher uma visão e velar para que a mesma não seja defraudada.

Uma outra Universidade é possível com um Conselho Geral não determinado pelas ambições pessoais de protagonismo, mas norteado pelos valores da democracia, da participação e da transparência.

Pedro Oliveira
Escola de Engenharia

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