E no entanto:
- Onde estavam durante estes anos?
- Quem foram os subscritores e apoiantes da actual Reitoria?
- Que críticas se ouviram dos protagonistas da Lista C ao actual rumo da UM?
- Que críticas fizeram ouvir no Senado ao funcionamento do órgão e à governação da UM?
- Onde estavam as suas vozes aquando da discussão do regulamento eleitoral iníquo para a Assembleia Estatutária?
- Será que se pronunciaram sobre a criação de um Conselho Estratégico à margem dos estatutos da UM?
- Que posições tomaram sobre o processo eleitoral para o Senado e sobre a exclusão posterior dos funcionários?
- Que conceito de participação defenderam ao limitarem a presença de eleitos no Senado?
- Quantas vezes reclamaram a transparência dos actos de gestão e a prestação pública de contas?
O que está em jogo nestas eleições não é um programa de governo da Universidade. Apesar do Conselho Geral não ser um órgão de gestão, terá um papel fundamental na vida da Universidade. Em primeiro lugar porque selecciona o seu gestor de topo, o Reitor, e, em segundo lugar, porque tem por missão fiscalizar os actos de gestão do Reitor que elege.
Por isso, apesar de não ter poder executivo, o CG tem um enorme poder de influência, porque no limite, tem o poder de demitir o Reitor. Por estas razões, nestas eleições não estão em discussão programas de governo para a Universidade como parece emergir dos textos da Lista C, por muitas aspirações que esta Lista tenha em determinar a escolha do próximo Reitor.
O próximo Reitor, ou melhor, o programa do próximo Reitor poderá responder a muitas das questões que afectam a nossa vivência académica e, será, certamente, escolhido na medida em que proponha uma visão outra que responda aos anseios de afirmação e de excelência da UM. Certamente aparecerão várias visões do nosso futuro comum e a grande responsabilidade do Conselho Geral será justamente escolher uma visão e velar para que a mesma não seja defraudada.
Uma outra Universidade é possível com um Conselho Geral não determinado pelas ambições pessoais de protagonismo, mas norteado pelos valores da democracia, da participação e da transparência.
Pedro Oliveira
Escola de Engenharia